Com o fim de dezembro e após a passagem doespírito natalino, iniciam-se os votos de agradecimento e renovamos a esperança para que tenhamos um próximo ano igual ou melhor do que o anterior. Esperança e esperar possuem a mesma raiz, spere, e em ambos os casos assumimos uma posição passiva diante do futuro.
Como sabemos, a passividade é inimiga da mudança e da renovação, e se pretendemos que o próximo ano seja melhor, devemos, ao contrário, assumir uma posição ativa. Precisamos assumir a responsabilidade pela construção do próximo ano e assim começarmos a criá-lo a partir de pensamentos e planos para que realmente se concretize.
Como muitos já falaram, a nossa mudança começa no próprio pensamento; que por sua vez altera nossas ações; essas alteram nossos comportamentos e hábitos; e esses, por fim, mudam o nosso destino. Então, para mudar o mundo devemos começar por nós, e o primeiro passo é o correto tratamento dos nossos pensamentos.
No sentido de assumir a responsabilidade pelos períodos que se sucedem em minha vida, passei a adotar há oito anos um método simples de planejamento que gostaria de compartilhar com você. Depois que comecei a utilizá-lo, minha vida melhorou em todos os sentidos e, ano após ano, tenho conseguido me tornar uma pessoa melhor.
Mas para ensiná-lo, precisamos estar de acordo (e não somente repetir o clichê) de que uma vida ideal é uma vida equilibrada. Tendo essa afirmação como premissa, podemos elaborar um plano para o próximo ano de forma a buscar uma vida próxima daquilo que seria o ideal.
Equilíbrio pressupoe duas ou mais partes. E quando falamos nele, necessariamente devem existir partes a serem equilibradas. Nesta situação, as partes que buscaremos equilibrar serão as principais áreas de nossa vida.
Cada uma das áreas representará um grande grupo de prioridades. É claro que você pode contemplar alguma outra divisão que represente melhor suas prioridades. A divisão a seguir é a que recomendo como ponto de partida para a construção da sua própria.
Uma vida bem equilibrada deve tratar igualmente de:
(1) amor;
(2) diversão e recreação;
(3) carreira profissional;
(4) famíliares, amigos e comunidade;
(5) crescimento pessoal e espiritual;
(6) riqueza e dinheiro;
(7) saúde e boa forma;
(8) educação, formação e cultura;
(9) caridade e cidadania.
É sábio ser um excelente profissional com uma família desequilibrada? Ou será que é inteligente possuir muito dinheiro às custas da destruição da saúde? O equilíbrio sugerido parte do princípio de que uma vida plena e próxima da ideal é aquela que contemple de forma razoável e igualitária os grandes campos prioritários de nossa vida.
Ficou claro? Se sim, podemos prosseguir. A partir de agora, será muito mais fácil planejar o próximo ano.
Como já adiantei, nosso método deve necessariamente ser simples e objetivo. Nada de calhamaços de papel e planilhas complexas no computador. A ideia é que ele seja objetivo e de fácil acesso, e que logo após a elaboração fique facilmente guardado em sua memória. E se por ventura precisar consulta-lo, o fará rapidamente.
Em primeiro lugar, utilize para escrevê-lo no máximo um lado de uma folha A4 (ou duas páginas de uma agenda, uma página de word ou de excel).
Em seguida, você criará seis grupos de metas: ser, fazer, ter, conviver, conhecer e mudar. Em cada um deles, você elencará no mínimo cinco e no máximo 12. A quantidade escolhida deverá ser alcançável e passível de ser realizada em um período de um ano (nem metas demais e nem de menos).
Vamos aos detalhes:
Ser : aqui você contemplará que tipo de pessoa pretende ser. Quais serão os valores e as virtudes que irão lhe moldar? Que sonhos pretende realizar e que traçarão a sua personalidade? Quais são as ideias que desenharão sua forma de viver? A definição do Ser orientará todos os outros grupos de metas.
Fazer: neste tópico você abordará quais são os projetos pessoais e profissionais que pretende realizar no próximo ano. O que você irá fazer que contemplará as grandes áreas de prioridade da sua vida? Defina prazos neste campo.
Ter: esta etapa servirá para você elencar todos os bens materias e serviços que pretende adquirir no próximo ano. Aqui também é importante a definição de prazos.
Conviver: agora é hora de definir como você pretende conviver com amigos, colegas, familiares, comunidade e todos aqueles que o cercam. Não é necessária a definição de prazos.
Conhecer: este é um campo no qual você irá definir o que pretende alcançar em termos de conhecimento. Quais os cursos pretende fazer? Que lugares pretende conhecer? Que ações são necessárias para se auto capacitar e desenvolver novas competências? Não esqueça de definir os prazos.
Mudar: por fim, no último tópico, você detalhará quais serão aqueles hábitos e comportamentos que precisam ser eliminados imediatamente. Defina os prazos também neste campo.
O planejamento deve ficar mais ou menos assim:
À medida que o ano for passando, vá ajustando os prazos e adequando o que vem ocorrendo com aquilo que foi planejado. Li uma vez que o planejamento deve servir como um poste de iluminação e não um poste para se apoiar. Impossível uma orientação mais precisa.
Não se esqueça de riscar cada uma das metas à medida em que forem alcançadas, e, claro, comemorá-las. Comemorar é um ritual de apredizado.
Agora, é com você. É só começar a mudar!
Feliz 2016!
Gabriel Cardoso
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* Texto adaptado da publicação de 31/12/2014.