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Gabriel Cardoso

Inspire-se com Negócios Sociais Brasileiros 6 - Shoot the Shit


A série Inspire-se com Negócios Sociais Brasileiros fecha o ano de 2015 com um negócio social que vem lá do Sul. Depois de trazermos um pouco do funcionamento dos Dr. Consulta (SP), Vivenda (SP), Geekie (SP), Hand Talk(AL) e Polen (ES), fechamos o ano com este fantástico bate-papo com o Luciano Braga, a "visão criativa" do Shoot the Shit - cidades criativas.

Com o slogan “Nós acreditamos quando a comunicação é social”, o Shoot the Shit é um estúdio criativo de comunicação que busca gerar valor para as pessoas - de fato. Por exemplo, o projeto “Que Ônibus passa Aqui?”, colou adesivos colaborativos em pontos de ônibus de Porto Alegre para que os próprios passageiros pudessem escrever as linhas de ônibus que ali passavam, auxiliando, assim, outros passageiros.

Luciano conversou conosco e conta mais um pouco sobre o Shoot the Shit. Confira:

1. Luciano, como você definiria o Shoot the Shit? Qual o porquê, o o quê e o como de vocês?

Eu definiria a Shoot The Shit como um estúdio de comunicação focado em criar projetos que dê poder para as pessoas.

Nosso propósito é ajudar as pessoas a criar um mundo melhor através de ações que contam com a ajuda das pessoas para acontecer.

Quando as pessoas percebem seu poder e o potencial das suas ações, elas se engajam nas causas com maior força e podem sim causar belíssimos resultados.

Nossa forma de fazer isso é através de microrrevoluções urbanas e pessoais.

2. Como nasceu a organização e quem são suas principais peças?

Surgiu da frustração com o mercado de propaganda, que não nos permitia ser 100% criativos. A Shoot nasceu como um espaço onde poderíamos exercitar nossa criatividade ao máximo, pois não teríamos clientes e chefes nos podando. E nosso objetivo era, com essa liberdade criativa, criar projetos que deixassem o mundo mais legal.

Desde então as coisas evoluíram e dos 3 fundadores, apenas Eu e o Gabriel Gomes continuamos. Nos juntamos ao Artur Scartazzini no ano passado e agora somos 3 sócios. Também temos o Marcos Oliveira, nosso designer social, e o Leo Boehl, nosso mestre de obras.

3. Vamos falar de passado, presente e futuro. Pode citar o projeto que mais marcou no passado, um que esteja em andamento e um que será realizado no próximo ano?

Eu sou muito fã do Porto Alegre, Paraíso do Golfe. Foi onde nós aparecemos para o mundo.

Sobre o presente, adoro o #DormeComEssa, um projeto simples onde colamos lambes pela cidade para despertar uma inquietação nas pessoas.

E sobre o futuro, estamos com um projeto de palestras dentro do transporte público que mesmo sem saber quando vai acontecer, já me deixa com tesão.

4. E como funciona a Rede Múrmura?

A Rede Múrmura é uma comunidade de pessoas que acreditam no poder das microrrevoluções urbanas.

São pessoas que apoiam a causa todo mês com alguma quantia de dinheiro, e como recompensa, podem participar de eventos na nossa sede, participar das ações que criamos e receber a Action Box, uma caixa com pequenas intervenções urbanas dentro.

A grana da rede também financia todas as nossas ações autorais.

5. Há planos para outros estados, além de RS e RJ?

Por enquanto não. Queremos fortalecer a sede nos RJ antes de pensar em outra localidade.

6. Como você interpreta esse movimento que tem crescido no mundo, onde ocorre o enfraquecimento dos estados e o empoderamento das pessoas e da sociedade, com estes, por sua vez, passando a solucionar grandes problemas sociais e ambientais que enfrentamos?

Acho uma época linda de se viver. Por muito tempo terceirizamos para o Estado o papel de fazer tudo funcionar, sem nos preocuparmos muito com as nossas atitudes para ajudar nisso. Se algo está errado, é porque o Estado não fez direito. Mas as cidades são feitas por nós, as pessoas que vivem nelas diariamente, que andamos de ônibus, caminhamos, somos assaltados, ficamos em parques. Os políticos não vivem a cidade. Eles não sabem o que passa nela no dia-a-dia. E por termos deixado que eles cuidassem de tudo, criou-se uma sociedade que não conversa com o que a gente realmente quer.

Essa retomada das solução dos problemas por partes das pessoas comuns é a forma que encontramos de voltar a ajudar na construção de um mundo que queremos viver. E só conseguiremos dessa forma, participando, se engajando, construindo juntos. Sem terceiros.

7. Assisti a algumas de suas palestras pelo youtube e adorei! Qual delas você recomendaria a nossos leitores? Não vale responder todas!

A última que o Gab deu, sobre o Third Circle. Esse é um conteúdo que a gente acredita ser muito importante num momento do mundo onde muita coisa legal está acontecendo e é nosso papel apoiar que elas evoluam e cresçam.

8. Por fim, nos fale sobre um livro, uma personalidade e uma frase que te marcaram.

Livro: "Tudo que você pensa, pense ao contrário", do Paul Arden.

Personalidade: Gandhi <3

Frase: "Fazer a coisa certa não é um ato passivo" (Kelly Sue DeConnick)

9. Luciano, deixa aquele último recado para aqueles que que acabaram de te conhecer e estão empreendendo socialmente (ou em vias de).

A gente acredita que o mundo não precisa de mais pessoas bem-sucedidas. O mundo precisa de pessoas que façam a coisa certa.

Empreender socialmente é difícil em grande parte do tempo, o mercado ainda é complicado, muitos não enxergam o valor nesse tipo de empreitada. Mas é o que o mundo precisa.

Criar empresas que sugam do mundo em busca do lucro e não retornam nada para a sociedade resultou no cenário que vivemos hoje. Façam a coisa certa. Não só é necessário, mas também é mais divertido

Obrigado, Luciano! Sucesso e boas festas! Que 2016 traga progresso e evolução para a Shoot the Shit!

Gabriel Cardoso

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