Estava navegando na Harvard Business Review* quando encontrei um artigo de Mark Bonchek e Elisa Steele que propõe analisar a produtividade das pessoas a partir da forma como elas pensam seus papéis nas organizações. Achei a abordagem, além de inovadora, muito útil para o desempenho dos empreendedores sociais e por isso a trago aqui.
A proposta é que você passe a orientar suas atividades, e daqueles que compõem seu time, de acordo com a orientação e o foco do pensamento. Uma pesquisa afirma, inclusive, que a forma como as pessoas pensam em conjunto tem grande correlação com o desempenho profissional das equipes.
Como alinhar, portanto, pessoas de acordo como seus pensamentos?
1. Foco: primeiro identifique o foco de pensamento em um contexto ou situação particular. Os quatro focos propostos são ideias, processos, ações e relacionamentos. Pergunte-se: ao pensar antes de agir, qual dos quatro focos priorizo? Quando chega ao trabalho, por exemplo: você tende a pensar sobre os problemas que precisa resolver, os planos que precisa fazer, as ações que precisa tomar ou as pessoas que precisa ver?
Esse não é um exercício de exclusão; é sim de identificação do foco natural de seu pensamento.
2. Orientação: a segunda etapa é identificar se a orientação do seu pensamento é feita para os detalhes ou para uma análise mais abrangente. Outro exemplo: ao chegar no trabalho e se deparar com uma situação qualquer, você busca pensar nos detalhes específicos dela ou busca contextualizar a situação no quadro mais amplo em que ela está inserida?
3. Combinação: por fim você deve combinar os dois elementos anteriores e verificar o estilo de pensamento no trabalho que você possui. A combinação resultará em oito “tipos de pensadores”: explorador, planejador, energizador, conector, especialista, otimizador, produtor e coach.
O gráfico abaixo sintetiza nossa conversa:
Resumindo: de acordo com a orientação, aquele que tem macro visão pode ser classificado como:
Explorador: pensamento em busca de novas ideias criativas com amplo alcancee.
Planejador: em seu pensamento predomina a criação de sistemas eficazes.
Energizador: pensamento direcionado para mobilizar as pessoas a agir.
Conector: pensamento direcionado à construção e ao fortalecimento de relacionamentos.
E, por outro lado, os que possuem orientação aos detalhes estão agrupados assim:
Especialista: pensar é sobre alcançar objetividade por meio dos insights.
Otimizador: pensamento é sobre como melhorar a produtividade e eficiência.
Produtor: pensar é sobre alcançar resultados e reconhecimento.
Coach: pensamento direcionado para cultivar as pessoas e seus potenciais.
Importante reflexão
Dentro das organizações, cada combinação exerce papel e importância diferenciados de acordo com a atividade que se exerce. É natural que o profissional de criação precise ter o foco predominante nas ideias, por exemplo.
Mas, e os empreendedores sociais?
As oito combinações são igualmente válidas. O cotidiano de um empreendedor social contempla situações que necessitam de orientações às vezes destinadas a detalhes e outras tantas destinadas à macro visão. Em uma mesma semana (às vezes em um mesmo dia), o empreendedor social precisa focar em ideias, processos, ações e pessoas.
Portanto, a principal conclusão é que não basta você identificar qual o tipo de pensamento que predominará em si. É necessário, também, que você exercite os outros sete tipos de acordo com as situações e desafios que se apresentem.
Ademais, como líder, você precisa identificar o tipo de pensamento que orienta cada um de seus colaboradores, sócios e parceiros. Compreender a orientação individual irá auxiliá-lo não só a direcionar as pessoas certas para as posições adequadas, como também estimular que elas se aprimorem a partir do exercício dos demais cruzamentos entre orientação e foco de pensamento.
Por que você não começa esse exercício agora? Identifique, na sua rotina profissional, oito situações diferentes em que cada uma das combinações se fizeram necessária.
Felicidades e sucesso!
Gabriel Cardoso
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* Link para o artigo citado AQUI.