Você já notou que com o advento das novas tecnologias nossa comunicação tem se tornado cada vez mais visual? A comunicação oral e escrita tem sido complementada e muitas vezes substituída por vídeos, imagens, pictogramas e figuras.
Quer um exemplo? Os emojis, aquelas pequenas imagens (“e” de imagem + “moji” de personagem, significando em português pictograma), representam uma infinidade de sentimentos, expressões e associações. Veja abaixo:
Já percebeu como esses pequenos desenhos possuem em si uma complexidade de informações e que ao serem utilizados muitas vezes são mais eficientes na comunicação do que as próprias palavras? “Uma imagem vale mais que mil palavras”, já diria a sabedoria popular.
Observando a oportunidade, o autor Dan Roam escreveu o livro “Desenhando Negócios: como desenvolver ideias com o pensamento visual e vencer nos negócios” (Elsevier, 2012 com o título original The Back of The Napkin) que tem como base de sustentação a máxima de que “um desenho pode ajudar a resolver qualquer problema”.
Como o empreendedor social busca resolver problemas, trabalha com negócios sociais e principalmente precisa saber se comunicar de forma eficaz, resolvi trazer a ideia do livro para você, leitor do blog, utilizar o pensamento visual em sua rotina.
Uma boa síntese do livro é o canivete suíço que o autor usa como um instrumento que agrega todas as funcionalidades necessárias para a utilização do pensamento visual. Eu fiz questão de desenhar o meu. Veja:
Imagino que você esteja rindo de minha habilidade como desenhista, mas o próprio autor passou boa parte do livro me tranquilizando quanto a isso. Não há problema se você desenhar bem ou mal, há problema em não desenhar ou usar algum software para substituir o desenho a mão.
Agora que você já riu, vou explicar o canivete:
1. Ferramentas biológicas (de preto)
Para que o pensamento visual seja efetivamente utilizado, necessitamos de nossas ferramentas biológicas: olhos (para olhar e ver), olhos da mente (para imaginar) e mãos e olhos (para mostrar).
2. O processo do pensamento visual (de verde)
O pensamento visual funciona por meio de quatro etapas.
Primeiramente devemos OLHAR para a situação que desejamos traduzir visualmente (um problema da sociedade, por exemplo). Devemos ao OLHAR, coletar todas as informações necessárias, observando com cuidado e eliminado aquilo que é supérfluo. Em seguida, surgiria uma espécie de olhar mais profundo que o autor chama de VER. Aqui você vai selecionar o que é mais importante e agrupar as informações essenciais (as seis maneiras de VER serão tratadas na etapa três, que vem logo em seguida). Após VER, deve-se IMAGINAR, que em linhas gerais é enxergar aquilo que não está visível. Por fim – e só aqui – você deve MOSTRAR, que é o ato de desenhar aquilo que se necessita comunicar (no nosso exemplo, um problema na sociedade).
3. Seis maneiras de VER
E quais são as seis maneiras de VER?
Ver QUEM E O QUÊ, ou seja, seres e objetos.
Ver ONDE, posição no espaço
Ver QUANTO, quantidade
Ver QUANDO, posição no tempo
Ver COMO: influência e relação de causa e efeito
Ver o PORQUÊ, quando compreende-se a combinação dos itens anteriores e se vê o cenário completo
4. As cinco formas de imaginar
Após OLHAR e em seguida VER das seis formas necessárias - como você já compreendeu durante a explicação do processo de pensamento visual - chegou o momento de IMAGINAR aquilo que será mostrado. Para isso o autor usa o acrônimo SQVID para nos auxiliar
S: mostrarei um desenho Simples ou Complexo?
Q: mostrarei uma relação de Quantidade ou Qualidade?
V: mostrarei a Visão da situação ou como seria a Execução?
I: mostrarei Atributos individuais ou farei Comparação entre atributos?
D: Delta (mudança): mostrarei o Estado Atual do problema ou a Nova Situação Desejada?
5. Seis maneiras de mostrar
Quando decidir aquilo que irá mostrar, o autor sugere o método <6><6>, que diz que para cada forma de VER há uma forma de MOSTRAR.
Ao ver Quem e O quê, mostrarei um Retrato
Ao ver Quantos, mostrarei um Gráfico
Ao ver Onde, mostrarei um Mapa
Ao ver Quando, mostrarei uma Linha do Tempo
Ao ver Como, mostrarei um Fluxograma
Ao ver Porquê, mostrarei um Gráfico de Variáveis
6. O código do pensamento visual
Por fim, o autor cria um código do pensamento visual, que cruza as formas de VER, IMAGINAR e MOSTRAR para que você possa expressar visualmente tudo aquilo que necessita.
Para compreender bem o conteúdo, volte na imagem do canivete suíço e, depois de rir novamente, interligue suas funcionalidades com o que foi falado até aqui.
Passei a adotar o pensamento visual em minha rotina. De pequenas reuniões até grandes projetos procuro sempre utilizá-lo para envolver e me comunicar melhor com interlocutores (às vezes até mesmo para compreender melhor uma ideia própria).
Literalmente é uma nova forma de ver mundo. Experimente, e deixe aqui o seu comentário.
Abraço fraterno.
GOSTOU? Compartilhe!